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O que entendemos da noite forma-se como uma teia de experiências, como uma celebração da diversidade e da resistência — e também da liberdade de ir aonde se quer com quem se tem desejo.
Um livro de leitura intensa e envolvente, é mais do que um conjunto de poemas que tematiza as relações LGBTQIAPN+: é um mundo que se abre para dentro das noturnas “relações expressas” entre clubes e aplicativos, de um amor a outro que se esvaem como “o gozo de um homem no chuveiro e às pressas”.
Kaio Phelipe nos apresenta uma obra onde a intimidade se desvela sobre corpos urbanos na busca por algo, uma pseudo-paixão silenciosa, um rápido prazer num bar, uma linda infelicidade “no meio das pernas de um turista”.
A edição traz prefácio de Luís Capucho e na capa temos uma obra do artista franco-iraniano Alireza Shojaian, cujo trabalho sempre desafia preconceitos contra identidades masculinas não-heteronormativas.
— O que entendemos da noite
de Kaio Phelipe
Tamanho: 15x21cm
Capa brochura com orelhas
Poesia. 78 páginas
ISBN 9786584935211
Um dos poemas do livro:
Para cima, coração
Os nãos a mim estão aumentando
me pergunto de quantos abandonos
minha sombra é cativa
permaneço aberto a liquidações
mas não quero ser quem vive das boas e espinhosas memórias
& outras juventudes
cansei de disfarçar solidão com solitude
literatura e conversas sobre o amor livre
cansei também de responder sempre às mesmas perguntas
eu seria capaz de criar um mapa do meu bairro por meio do Grindr
mas nunca me solucionei os próprios engasgos
vontade gigante de envelhecer junto
ver o corpo desmanchando
comemorar todas as datas festivas com o mesmo cara
recusar a desgraça viciante do desejo
planejar para que o futuro não seja inexplicável
tem sido cada vez mais difícil me contentar só com a noite.
Sobre o autor:
Kaio Phelipe nasceu no Rio de Janeiro em 1997. Estuda biblioteconomia e gestão de unidades da informação pela UFRJ, é editor de livros e colabora com a frente LGBTQIAPN+ da Mídia Ninja. Em 2025 recebeu duas moções honrosas na Câmara Municipal do RJ pela sua atuação em prol do meio ambiente com o Coletivo Ayé. É autor dos livros Todos nós sonhávamos em ser Carmen Miranda, com o qual foi semifinalista do Prêmio Oceanos, e Não existe pecado no
lugar de onde eu vim.
