Espinhos — Cécile Coulon

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Espinhos é o premiado livro de poesia da jovem e reconhecida romancista francesa Cécile Coulon, que venceu com ele o prestigiado Prêmio Apollinaire.

Sua escrita poética desprentenciosa e delicada remete ao “sopro lento do passado”, aos acontecimentos da vida ordinária, alternando entre força e delicadeza, afiando seus versos com sua visão de mulher frente ao mundo. Com poemas muitas vezes longos e melancólicos, a autora pratica uma poesia “narrativa, simples, com começo, meio e fim”, segundo ela mesma, na qual observa com mordacidade o cotidiano e seus desdobramentos.

Um sucesso entre leitores e críticos franceses, consolidou o nome da escritora no cenário literário europeu e fez a poesia atingir um novo público. Recebeu também o prêmio de revelação em poesia da tradicional Société des Gens de Lettres (fundada em 1838 por Balzac).

Esta edição bilíngue, primeiro livro da autora a ser publicado no Brasil, vem com tradução para o português de Diego Grando, poeta e professor gaúcho, e tem apoio da Embaixada da França no Brasil.

 

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— Veja leitura de alguns poemas em nosso Youtube: https://youtube.com/@istoedicoes

 

Cécile coulon no livro Espinhos

Espinhos
de Cécile Coulon
Título original: Les ronces
Tradução: Diego Grando
Tamanho: 15x21cm
Capa brochura com orelhas
Poesia. 224 páginas. Bilíngue.
ISBN 9786584935013

Sobre a autora:

Cécile Coulon nasceu em 1990 em Clermont-Ferrand, Auvérnia, na França. Em poucos anos teve uma ascensão fulgurante. Publicou já diversos romances — o primeiro com 16 anos —, entre os quais se destacam Trois saisons d'orage, Prêmio dos Livreiros em 2017, e Une bête au paradis, prêmio literário do jornal Le Monde em 2019. Em poesia, depois de Espinhos (Les ronces) publicou também Noir volcan e En l'absence du capitaine.

Sobre o tradutor:

Diego Grando, poeta e professor de literatura, doutor em Letras pela UFRGS. Autor de quatro livros de poesia, recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura com Spoilers (Confraria do Vento, 2017). Faz parte do elenco do Sarau Elétrico, tradicional evento de literatura de Porto Alegre.

 

Trechos de poemas:

 

MINHA FORÇA

Minha força é ter enfiado meu punho ensanguentado
na garganta do passado
Minha força não tem asas
Nem garras
Nem patas compridas
Minha força construiu um pouco de humanidade
Minha força sempre está com sede
Minha força não é fiel
No entanto minha força não é feita
Para outra pessoa além de mim.
Minha força é ter pendurado um menino rei no galho
do sucesso
Às vezes minha força sufoca
Aqueles que a impedem
De avançar
Minha força é cruel
Ela dorme pouco
Ela se alimenta de orgulho,
De turbulências
Minha força não tem nenhum sentido
Ela nunca parou
De se debater
(...)

 

DIFÍCIL

Quero te dizer que é difícil
construir alguma coisa nova
da qual você não faça parte:
não é culpa tua, apenas
eu é que não sou forte o suficiente
para nos carregar, nós dois.
Quero te dizer que é difícil
admitir que amo você,
meu amor por você é persistente e silencioso.
Nós nos parecemos demais:
temos as mesmas formas de ficar furiosos,
temos as mesmas formas de não responder,
temos as mesmas formas de desaparecer
e somos da mesma maneira
adoravelmente impertinentes e tão bonitinhos
e engraçados, é claro.
Quero te dizer que é difícil
fingir que você não existe.
À medida que envelheço, sei que os meus medos vão me cegar,
que eu ficarei paralisada de angústia, incapaz de pronunciar
determinadas palavras, incapaz de rever determinadas pessoas,
incapaz de me deixar levar por determinadas emoções,
incapaz de tantos atos que seria preciso outro poema
para listar todos.
Então estou escrevendo essas coisas aqui para, quando chegar o dia, me lembrar
que eu tive na minha juventude a possibilidade da linguagem.
Quero te dizer que é difícil
amar você como eu amo
sem uma palavra, sem um gesto de carinho, com essa poça
suplicante no fundo dos olhos e essa raiva na beira dos lábios.
(...)